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Comprometimento da Renda, Saúde Financeira e o Impacto na Saúde Física e Mental


Já há alguns anos venho apontando a importância da educação financeira e como esse tema ainda é pouco abordado no Brasil, porém, em países como Reino Unido e Estados Unidos ele tem recebido mais atenção e acompanhamento dos órgãos governamentais e das instituições.

Recentemente, a Revista Fortune publicou um artigo com base no Relatório Anual do Fundo de Emergência do Bankrate, empresa especializada em finanças pessoais, onde aponta que 57% dos americanos não conseguiriam arcar com uma despesa de emergência no valor de US$ 1.000,00. O relatório aponta ainda que a inflação, muito conhecida pelos brasileiros, está corroendo o poder de compra de 3 a cada 4 americanos, tornando mais difícil adquirir bens de uso diário como mantimentos, gás e as demais contas de consumo. Essa tem sido a realidade de 74% das pessoas que informaram que fatores econômicos, como inflação/aumento de preços, aumento das taxas de juros ou mudanças na renda ou emprego tem impactado suas rendas, fazendo com que poupassem menos.

Em tempos de incertezas e instabilidade econômica onde as finanças pessoais são impactadas, é impossível não pensar na relação direta que o desequilíbrio financeiro tem com a saúde física e mental das pessoas. Pensamento reforçado segundo Pesquisa conduzida pela APA – American Psychological Association (Associação de Psicologia dos EUA) que aponta o dinheiro como a principal fonte de estresse para a maioria das pessoas. Quase 2 em cada 3 adultos (64%) dizem que o dinheiro é uma fonte significativa de estresse em suas vidas e cerca de metade dos adultos (52%) dizem ter sofrido impactos financeiros negativos devido à pandemia.

Programas de bem-estar e educação financeira já são realidade para ingleses e norte-americanos, seja por ação nas escolas ensinando a importância da administração financeira, seja nas empresas como benefício corporativo, que ao mesmo tempo que auxilia os colaboradores a obter segurança financeira, serve como indicador do nível de saúde física e mental.

Mas como o tema Educação Financeira tem sido tratado no Brasil?

Por aqui, sentimos fortemente os efeitos pandemia, mas também da inflação, do aumento de preços e da incapacidade de realizar um planejamento financeiro, gerando mais insegurança financeira. O número de inadimplentes é recorde, assim como o número de famílias endividadas segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) realizada pela CNC:

Manter a falta de atenção e cuidado com as pessoas inadimplentes e endividadas, tende a aumentar o número de pessoas com problemas de saúde física e mental, pois existe uma relação direta entre esses pilares de saúde com a saúde financeira. Destaco isso, pois são poucas as ações que os órgãos públicos e as empresas privadas fazem a respeito do assunto.

Você pode estar pensando: onde estão essas pessoas? Podem estar do seu lado, dentro da organização onde trabalha. A verdade é que o problema não está somente do lado de fora do muro das empresas. Está dentro delas, o que mostra que falar de problemas financeiros ainda é um tabu!

Poucas empresas no Brasil abordam o tema Saúde Financeira e se fazem, é pontual e superficial. Não é tratado com a mesma profundidade e atenção que proporciona a outros pilares.


Não dar atenção à saúde financeira dos colaboradores é ignorar um importante indicador associado a causa raiz dos principais problemas de saúde física e mental que impactam a qualidade de vida das pessoas, o clima organizacional, a produtividade e, como consequência, o resultado das organizações.

Acredite! A saúde financeira dos funcionários pode ter um impacto significativo no desempenho financeiro das empresas.

Quando os funcionários estão financeiramente saudáveis, isso pode contribuir positivamente para a produtividade, engajamento e retenção de talentos, o que por sua vez pode melhorar o desempenho geral da empresa.


Por outro lado, se os funcionários estiverem enfrentando dificuldades financeiras, isso pode afetar sua produtividade, saúde mental e até mesmo sua saúde física, levando ao aumento no absenteísmo, menor engajamento e à redução da qualidade do trabalho.


Além disso, os custos diretos e indiretos associados a doenças relacionadas ao estresse financeiro, como ansiedade e depressão, podem aumentar os custos com assistência médica e licenças médicas, o que pode afetar o resultado financeiro da empresa.


As empresas podem tomar várias medidas para ajudar a melhorar a saúde financeira de seus funcionários, incluindo remunerações justas e benefícios competitivos, fornecer programas de educação financeira e aconselhamento, e implementar opções de economia automática, como planos de aposentadoria.


Proporcionar um ambiente que promova a segurança financeira dos funcionários também pode trazer benefícios de longo prazo para a empresa, como maior retenção de funcionários, menor rotatividade, redução de custos de saúde e aumento da satisfação do cliente. Além disso, funcionários financeiramente saudáveis ​​são mais propensos a permanecerem na empresa por mais tempo, o que pode levar ao aumento da experiência e habilidade da equipe, o que é importante para o sucesso a longo prazo da empresa.


Portanto, investir no bem-estar e na saúde financeira dos funcionários por meio de iniciativas como programas de educação financeira, benefícios de saúde e bem-estar e remunerações justas, pode trazer ganhos tanto para os funcionários quanto para a empresa em geral.

Por José Roberto Falcone

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