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Insatisfação profissional ou insatisfação financeira? Como identificar?

Atualizado: 27 de mai. de 2020

A matéria de Amália Safatle para o Valor Econômico, Brasil lidera índice de insatisfação com a vida na América Latina, destaca que “No Brasil, as fontes de angústia estão na área financeira e profissional”.

Eu que estudo sobre bem-estar corporativo e atuo em bem-estar financeiro vejo o quanto estas fontes, apesar de independentes, estão tão inter-relacionadas.

Pessoas com problemas financeiros impactam diretamente a sua produtividade no trabalho. A preocupação não o deixa dormir. Como consequência, a pessoa não consegue se concentrar no trabalho e seu desempenho começa a cair, ou pior ainda, dedica mais esforço e tempo ao trabalho para conseguir cumprir as metas e acaba adoecendo física e mentalmente.

Essa queda de desempenho, sem uma leitura correta das causas pelo gestor ou pela empresa, pode levar à piora do quadro com a perda do profissional, por decisão da empresa ou por decisão do próprio profissional em busca de uma remuneração maior.

Quando um profissional manifesta a sua insatisfação financeira, é importante avaliar o contexto considerando fatores internos e externos da organização, e identificar o que acontece no âmbito pessoal, profissional e organizacional: desempenho, saúde, família, relacionamento profissional, remuneração total X responsabilidades da função e clima organizacional.


Estes são alguns indicadores que diferenciam o desejo de crescer profissionalmente do reflexo de um desequilíbrio financeiro.

Ao avaliar e tomar as ações corretivas e preventivas no âmbito organizacional, resta tomar ações para que o profissional aja no campo pessoal.

É raro um profissional manifestar abertamente a sua insatisfação financeira quando ele tem problemas financeiros, seja por endividamento ou desequilíbrio financeiro. Porém, ele sempre o faz quando o anonimato é preservado.
Também é raro um profissional reconhecer as causas que o levaram a esta condição. É compreensivo “culpar” o “salário injusto do empregador” ao invés de adaptar o padrão de vida à realidade ou mesmo pedir ajuda.

Ninguém aqui está incentivando as pessoas a serem acomodadas e não terem ambição de crescer profissionalmente e financeiramente. Muito pelo contrário! É preciso uma DOSE forte de incentivo para as pessoas reconhecerem a causa das suas insatisfações e seus motivadores para a solução.

Não é algo que o profissional consiga fazer sozinho, principalmente quando está se sentindo sufocado, perdido, no fundo do poço ou na beira do precipício. O papel do RH é fundamental para auxiliá-lo nesta evolução e para evitar que outros profissionais se surpreendam nesta situação.

Mas, por que o RH faria isso? Porque não fazer nada significa assumir a “culpa” pela queda do desempenho da organização, perda dos talentos, aumento dos custos com saúde, piora do clima organizacional e insatisfação profissional gerada por uma insatisfação financeira.


Felizmente, existem metodologias e ferramentas que permitem a organização apoiar os colaboradores com educação e bem-estar financeiro de forma sigilosa e sem a exposição dos mesmos, para todos, independentemente de seu momento financeiro e profissional, para que estejam preparados para o agora e para o futuro. Dê preferência às metodologias que motivem os colaboradores na identificação de seus propósitos.

Lembre-se. Para que uma pessoa entenda e abrace o propósito da empresa, ela precisa primeiro entender e abraçar o propósito pessoal.

Por Roseli F. Ramos

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