Junho: Mês da Virada!
- falcone63
- 2 de jun.
- 4 min de leitura

Por um consultor que acredita que dinheiro bem cuidado é sinônimo de saúde, paz e produtividade.
Chegamos em junho, metade do ano, aquele momento clássico em que a gente se pergunta: “o que eu fiz com o meu dinheiro até agora?” E se a sua resposta envolver parcelas acumuladas, limite estourado e esperança no adiantamento do 13º salário, saiba que você não está sozinho. O Brasil, infelizmente, virou o país das dívidas rotativas, das promessas de fim de ano feitas em janeiro e quebradas em março. Mas calma, ainda dá tempo de virar o jogo – e junho é o mês perfeito pra isso.
A virada antes do caos
Junho é o último respiro antes da avalanche que costuma engolir o segundo semestre: férias escolares, IPVA atrasado, material escolar, festas de fim de ano e aquela pressão invisível de “compensar” o que não foi feito nos primeiros seis meses. Se você deixar pra resolver sua vida financeira em novembro, já era. Por isso, junho precisa ser encarado como o mês da virada, o ponto de inflexão pra quem quer sair do modo sobrevivência e retomar o controle do próprio dinheiro – e, por tabela, da própria saúde mental.
Endividamento em alta, qualidade de vida em baixa
Os dados não mentem: o número de famílias endividadas no Brasil segue em alta. Segundo a última pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC), mais de 78% das famílias brasileiras estão endividadas, e cerca de 30% delas já estão inadimplentes. Vamos lembrar que essas pessoas estão aí ao seu lado na mesma empresa. Isso significa que milhões de brasileiros estão gastando mais do que ganham, usando cartão de crédito como extensão de salário, e dependendo de crédito rotativo e empréstimos (muitas vezes consignados) pra tapar buracos. O resultado? Ansiedade, insônia, brigas familiares, queda na produtividade no trabalho e, em casos mais graves, até depressão.
NR-1, saúde mental e o papel da empresa
É aqui que entra um tema cada vez mais urgente: a relação direta entre saúde financeira e saúde mental. A Norma Regulamentadora NR-1, recentemente atualizada, inclui agora a exigência de ações preventivas voltadas ao bem-estar dos trabalhadores. E, pasme: isso inclui também a saúde mental. Embora a NR-1 não seja explícita em tratar a falta de saúde financeira como um dos fatores que ajudam o adoecimento da população, estudos mostram a forte relação entre saúde financeira e saúde mental. Afinal, como esperar que um colaborador entregue bons resultados se ele está atolado em dívidas, com a cabeça girando em torno de boletos e ligações de cobrança?
A verdade é que funcionário endividado é funcionário sobrecarregado. A conta chega pra todo mundo: ele adoece mais, falta mais, entrega menos. Já passou da hora do RH parar de olhar só pro plano de saúde e começar a enxergar a educação financeira como pilar da saúde organizacional. Junho é o momento ideal para lançar ou reforçar programas de bem-estar financeiro. Pense bem: virada de semestre, férias chegando, oportunidade de falar com o colaborador antes do caos. Um programa bem estruturado agora pode evitar muito sofrimento (e prejuízo) até dezembro.
Educação financeira sem fórmula mágica
Mas atenção: educação financeira que funciona não é aquela feita com viés ou que manda cortar o cafezinho ou fazer planilha no Excel. Isso é cosmético. O que resolve mesmo é trazer consciência, sem julgamento, sem fórmulas mágicas, respeitando a realidade de cada um. É ajudar o colaborador a entender por que está gastando mais do que ganha, como funciona o crédito, qual o impacto dos juros compostos e como pequenas decisões diárias moldam o futuro financeiro. Informação de verdade, acessível, sem economês.
Como usar a renda extra com inteligência
Se você vai receber o adiantamento do 13º ou qualquer grana extra, a dica é clara: não gaste antes de quitar dívidas em atraso ou que estão por vencer. Use esse dinheiro como ferramenta de reorganização. Pague o que tem juros mais altos primeiro, renegocie dívidas, monte uma reserva (nem que sejam R$ 100), respire. Dinheiro extra não é bônus pra gastar – é oportunidade pra corrigir rota.
Dicas práticas pra virar o jogo
Agora quer realmente virar o jogo em junho? Aqui vão três passos simples, mas poderosos:
Faça um raio-x financeiro: saiba exatamente quanto entra e quanto sai. Sem isso, você está no escuro.
Defina metas pro segundo semestre: esqueça o que passou. O foco agora é o que ainda dá pra fazer. Planeje com antecedência as férias, o Natal, os compromissos inevitáveis.
Evite prometer o que não cabe no bolso: não prometa viagem para as crianças se isso vai virar dívida. Prometa presença, tempo de qualidade. Isso vale mais do que presente parcelado em 10x.
A virada é pessoal – mas o impacto é coletivo
Pessoas com segurança financeira vivem melhor. Dormem melhor. Se relacionam melhor. Trabalham com mais foco. Empresas com colaboradores financeiramente saudáveis têm menos rotatividade, mais engajamento e resultados mais sustentáveis. Não é discurso bonito: é lógica de negócio.
Junho está aí, te olhando com aquela cara de “vamos conversar?”. Aproveite esse mês como oportunidade real de reestruturação, de reconciliação com o seu dinheiro e com a sua saúde. Porque quem cuida bem do que ganha consegue construir um segundo semestre com menos sufoco e mais leveza.
A virada começa agora. E ela pode ser silenciosa, mas transformadora.
Agora você, profissional de RH como a sua empresa lida com a saúde financeira dos funcionários? Consegue medir o impacto que o desequilíbrio financeiro tem no cumprimento da NR-1?
por José Roberto Falcone
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