Dezembro é o mês no qual são realizadas reuniões, confraternizações e festas de fim de ano onde muitos aproveitam para fazer uma retrospectiva dos principais acontecimentos que marcaram o ano e traçar metas e planos para o próximo ano. Assim foi em 2022 para Gustavo, um empresário que possui um negócio há mais de 10 anos e viu a sua empresa passar por várias dificuldades desde o início da pandemia.
A primeira dificuldade foi lidar com a falta de matéria prima e manter a produção a pleno vapor, pois os fornecedores não conseguiam produzir na quantidade necessária. Depois vieram as dificuldades nas vendas, com a crise econômica afetando muitas empresas e, pôr fim, o relacionamento ruim entre o pessoal envolvido em todos os processos, que estavam tensos com o que estava acontecendo e temendo pelo fim das atividades com a queda drástica no orçamento.
Embora alguns amigos o aconselharam a cortar pessoas, essa hipótese jamais fez parte de seus planos para manter o lucro. O seu pensamento era: “Apertado para todos, apertado para mim! Essa empresa cresceu com o esforço de todos”. A relação com os funcionários era bem aberta, muitos deles tinham mais de 10 anos de casa e apostaram suas carreiras com o futuro promissor da empresa. Gustavo não achava justo tomar a decisão que parecia mais fácil e se via atado para planejar ações para o próximo ano, embora tivesse plena convicção de que os negócios iriam retomar ao patamar de antes. Mas, o que fazer para deixar os funcionários tranquilos e motivados? Esse era o quebra cabeça a ser resolvido.
Muitos estavam com problemas de saúde mental, afetados pelo isolamento da vida social, pelo luto, pelas preocupações com o futuro da empresa e o medo de não terem mais como se sustentarem. Alguns tinham financiado a compra da casa, o carro novo, a viagem com a família, e foram pegos de surpresa quando viram que seus sonhos corriam risco e tudo podia desmoronar. A comissão estava menor e o custo de vida maior. Essa era a realidade para a maioria das pessoas e as despesas estavam insuportáveis. As dívidas com os financiamentos que antes eram compatíveis com o orçamento, agora transformaram suas vidas em pesadelos.
As pessoas não estavam preparadas para um momento de dificuldades em suas vidas, um “novo normal”, que influenciou de forma negativa os relacionamentos, a qualidade de vida, a saúde e, de forma direta, a empresa.
O clima já não era o mesmo! As pessoas estavam cansadas e estressadas. Boa parte do quadro era atendido por especialistas para tratar do estresse, pois não conseguiam suportar suas perdas e a sensação de medo por conta da insegurança financeira.
No início de 2023, Gustavo entendeu que o plano de recuperação da empresa dependia primeiro da recuperação do pessoal. Ele recebeu um diagnóstico da relação entre o bem-estar financeiro e o estresse dos funcionários que apontava o desequilíbrio financeiro como a causa raiz de 56% dos problemas do pessoal e, assim, começou a trabalhar o pilar educação e bem-estar financeiro na empresa.
Ao longo do ano, ficou claro que aprender a planejar a vida financeira e adquirir novos hábitos e comportamentos de acordo com o “novo normal”, deixava as pessoas mais seguras para construírem seus planos de forma sustentável e realista. Os problemas de saúde dos funcionários reduziram em 40%. O clima e a produtividade melhoraram muito e o faturamento já está próximo ao que estava antes da pandemia.
Educação e bem-estar financeiro nas organizações foi a peça que falta para completar o quebra cabeça da empresa do Gustavo, que não tratou o tema de forma superficial ou esporádica ao implementá-lo como um benefício corporativo e entendê-lo como um pilar estratégico na sustentação do negócio.
Você, profissional de RH, consegue ajudar a sua empresa e os profissionais a superarem os momentos de crise? O que você faz a respeito?
Por Roseli Falcone Ramos e José Roberto Falcone
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